8 de novembro de 2011

. . .

Te leio e volta à tona tudo o que fomos.
Saudade das tuas letras estrategicamente dispostas, sem rima...
E eu...desesperado pra rimar o mundo, pra fechar tudo em forma composta (de dor e ardor)
Quebro meus paradigmas de beleza...tão suave você brinca com as palavras...gostosa maneira de articular ideias em sentidos escritos.
E eu morro...de vontade...de saudade...de tudo que foi e não será...e busco em outros colos uma fúlgida alegria, me enganando sempre, nunca pensando na tua ausência...e morro...

7 de outubro de 2011

Sobre o Néctar Venenoso

Te olho...delicada e deliciosa...
Imagino teu néctar a escorrer pela minha pele
E o calor do teu corpo esquentar minha alma...
Deixo que minha pútrida vontade se revele.
Quero te espancar com minha língua
E te arrebentar o corpo com minha boca,
Comer apaixonadamente teu âmago
Na amplidão lânguida e louca.
E transcender...ao estado de pura lascividade
Pra que somente o pecado se faça presente.
Devorar tua forma até sobrar o nada,
Somente a inconsciência lívida e demente.
Quero acabar com tua vida em gozo,
Sentir teu veneno rasgar minha garganta
E depois do fato mundanamente consumado
Voltar ao estado de santo e santa...

MPA

29 de setembro de 2011

Sem Título

Na louca ânsia...hehe

Hoje vou beber o que restou de ti,
Um último copo de lascivo olhar.
Duas pedras de paixão e clímax
Num líquido lânguido a me aprisionar.
Quedo-me ébrio a tal ponto, sôfrego,
Que minh’alma queima com o ar insano
Até a última gota do teu final infeliz
E intransigentemente desumano.
E assim mato o último sopro de mim
Acabando-me em licor de tua essência.
E já despido de vergonha e de moral
Transcendo em ti a minha indescência...

...estou morto...somente um corpo frio
A perambular pela cidade regurgitando teu cheiro...
E assim a frenética ânsia de te viver
Acabou com meu último suspiro de desespero.

Marcelo P. Albuquerque

A Cortina e o Espelho

Música nova!

Meu espelho se desfez em espinhos de flor
Se quebrou com a imagem do céu
Não reflete mais a forma santa da dor
Virou pó, se fez cortina em véu
E assim busco achar
Resquícios de quem sou eu
No meu copo, no meu corpo vazio.
Enfrento a noite sugando o ar
E a fumaça de quem morreu
Numa fuga que causa arrepio
Não reconheço mais o meu rosto
Nem lembro teu toque meu bem
Despindo a roupa escura do desgosto
Vou tentando ir mais além
Só não mate o que restou de nós na chegada
Eu vou refazer os teus passos
Pedir só um novo amor nessa madrugada
Deixar os corpos em entrelaços.

Marcelo P. Albuquerque

É isso...

19 de setembro de 2011

Da Saudade Discreta

Se tudo que se sente pode ser transcrito,
Busco a incompletude das meias palavras.
Os gestos, os becos das ideias
Margeiam no pensamento minhas lavras.
A lembrança de ti me vem à mente,
Acordado, em pesadelo ou em sonho.
E agradeço a Deus por te ter na alma
E em meu coração é o lugar que te ponho.
Não discorro aqui sobre merecimento
Pois o peito não é construído de razão,
Só sei que sinto ainda, e todos dias,
O formigamento antigo de te ter nas mãos.
Ah, meu amor...se a esperança resta ainda
É porque minha sina é te reencontrar.
Tentando refazer o espelho quebrado
Busco a nossa imagem no tapete lunar.
Quebrei os paradigmas de mim,
Da minha essência, que nunca conheci
E te ofereço um dia, se quiser me ler
Um trecho do poeta Jeneci:
"Tem vez que as coisas pesam mais do que a gente acha que pode aguentar.
Nessa hora fique firme, pois tudo isso logo vai passar.
Você vai rir, sem perceber, felicidade é só questão de ser.
Quando chover, deixar molhar pra receber o sol quando voltar..."
Quero ainda ser tua chuva, e futuramente teu sol
Tudo em seu tempo, te iluminar com meu farol.
...e continuo...

15 de setembro de 2011

Da Esperança

O que mais queria era te encontrar e falar de nós...
Mas cada vez mais a vida te afasta de mim
E isso não é problema ainda, pode ter certeza
Que não deixarei esse ser nosso fim.
Eu sei que errei, e não mereço sonhar
De um dia te ter novamente ao meu lado.
Mas, sinceramente, descobri com tudo isso
Que ao fim do dia quero só o TEU colo cansado.
E a vida segue...até o nosso encontro
Quando a imaginação não estiver mais tão pungente.
Espero que não mate o que resta de mim
Pra que um dia exista o "nós" novamente...

13 de setembro de 2011

Olhei a aliança sobre a mesa, as fotos no mural e doeu.
Mas doeu mais quando vi tuas cartas de punho próprio.
Tão singela arte que tu tens, emoldurando o amor
Na paixão que tínhamos e era nosso ópio.
A saudade rasga meu ser inteiro, atravessa
Toda a matéria do meu corpo moreno.
Rio Negro e Solimões me vem a cabeça imediatamente,
E instantaneamente meu coração vira um flagelo sereno.

12 de setembro de 2011

A Luva

Tudo a ver,
O Brasil e oJapão,
Os teus cachos e minha mão,
Minha boca e você.
Tudo a ver...
Os meu olhos e o teu corpo,
Minha língua e teus ouvidos,
Os teus musicais gemidos...
Os domingos de verão,
Nossa falta de razão
E a preguiça enquanto não vem a chuva.
Só você, ó meu amor,
Me faz sentir o terror
De um dia não poder ser mais tua luva...

Só você,
Pra roubar o meu suspiro,
Toda brisa que eu respiro
Tem o aroma de te ter.
Só você,
Pra acabar com meu desgosto
De ver sempre no espelho
O meu rosto a envelhecer.
Só você...
Quero para a vida inteira
Sem teatro nem maneira,
Só pra ser minha pequena menina.
E eu serei teu arlquim,
Sem pierrot tristinho enfim.
Teu começomeio e fim...
Colombina...

Isso é uma música...Acho que nunca postei aqui.
Só queria que essa aflição indômita
Sumisse do peito e da garganta.
Os nós apertam o choro e destoam
A voz de quem canta.

11 de setembro de 2011

João de Barro

O meu desafio é andar sozinho.
Esperar no tempo os nossos destinos
Não olhar pra trás, esperar a paz
O que me traz...ausência do seu olhar...

Traz nas asas um novo dia
Me ensina a caminhar.
Mesmo eu sendo menino aprendi.
Ô meu deus me traz de volta essa menina
Porque tudo que eu tenho é o seu amor...
João de barro eu te entendo agora
Por favor me ensine como guardar meu amor...

Leandro Léo...

...bem verdadeiro...

Da Perda Culpada 3

Essa agonia que me aperta o peito
E que me faz não saber o dia de amanhã
Me mata a alma vigorosamente
E como sabe Tom, é uma febre terçã.
Só queria te encontrar, cara a cara
Para que todo seu escário pudesses expelir
E, talvez, depois disso conversaríamos
Sobre nós, e a falta de motivos pra mentir.
Meu amor, e ainda te chamo assim,
Queria poder te ter mais uma vez
E sim, ter um relacionamento baseado na desconfiança se preciso for
Pois quero todo dia te conquistar e reafirmar o meu amor...
Leio todo o clichê que escrevo, e que pra ti é só o que sinto
E imagino se me odeias por isso ou fica balançada
Se é o primeiro, tens tua enorme razão,
Se é o segundo, minh'alma fica eriçada.
Sei que te amo, por mais que não acredites
E por mais que o que eu sinto nunca mais seja contemplado
Mas a partir de agora, só verdades...te quero, bem, do meu lado...

Soneto de Separação

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

Vinícius de Moraes.

Clichê...

Da perda culpada 2

Não sei se tenho direito ou não, provavelmente não.
Mas sinto sua falta cada vez mais.
O desespero da incompletude de nós
Martela em meu peito, afugenta a paz.
Me dói ouvir de ti que duvida de tudo que disse.
E me dói, pela primeira vez ter que ouvir calado teu choro.
Não foram anos jogados no lixo, e como a esperança nunca se vai
Penso ainda no nosso namoro.
As palavras desesperadas que escrevo me fazem usar rimas previsíveis
Mas não ligo mais, quero ser previsível pra ti, não conjunto de mentiras e fantasias.
As únicas fantasias que gosto de usar são a de pierrot e de kabuki.
E é sempre e só pra ti que dedico minhas poesias.
Ai, se eu soubesse antes que me custaria parte da minha vida,
Metade do coração quebrado, escorrendo na existência fútil
Teria sido mais honroso, teria moral...mas agora...por enquanto...
Qualquer explicação...intenção...é inútil...

10 de setembro de 2011

Da perda culpada

O dia pesa sem você...sem poder nem contar o que vi...
Mas eu sei que as desculpas e o choro não apagam o feito
Eu que dizia que era suor de olho, agora choro...
Estou em prantos tempestivos pungentes em meu peito...
Se ainda pudesse fazer você acreditar que o meu amor existe
E descobri com a mágoa que o meu coração é só teu
Talvez tivesse esperança maior e desataria o nó
Que a descrença e a infelicidade nos deu.
Lembro os momentos bons, a 1ª viagem, a aliança
Os tempos aproveitados te olhando dormir no meu carro.
E os planos que fizemos pro futuro tão juntos, em comunhão
Que troquei pelo desamor, e agora aceito teu escarro.
Mas apesar de saber que não devo sonhar outra vez
A noite me prega peças e só me vem você a cabeça
Cantando sobre um pônei, trocando de roupa, dormindo babando
E percebo que meu sonho é o cotidiano que não quero que esqueça.
Este é meu sonho, te ter novamente, verdadeira como sempre foi
E não correndo em campinas com uma flor no cabelo
A tua perfeição vem da fala, dos gestos, dos scraps...
Então busco me afastar e te o ferecer algum zelo...

13 de julho de 2011

Saudade

Esse post vai para a "saudade"...dois momentos, um mais leve e outro triste...homenageando amigos que se vão...

Sem Título

Somente nós podemos dizer de modo tão simples
O enorme sentimento que a falta nos traz.
Só uma palavrinha de sete letras
Que traduz a distância que rouba a paz.

Memórias Construídas

...e agora que se vai os sorrisos serão só parte da memória,
Somente história, bem contada, na imaginação construída.
A vida fecha mais um ciclo e abre outro, o da distância,
Infância da saudade que cresce em peito frágil...
E a lágrima...
A lágrima, prefiro dizer, é suor de olho no calor da emoção
É reflexo da ação pensante, reflexão da lembrança errante
Que insiste em rodear as ideias sem pudor.
"e se..." nos perguntamos, "não suma..." nós dizemos
Mas sabemos que o destino acontece e a distância se eterniza.
Então deixemos a dor passear sozinha com a brisa
Enquanto nos abraçamos as almas em eterno momento de afago
E enquanto posso escrever pra ti, meu amigo, que aqui dentro do meu peito sempre será seu abrigo...

MPA.

3 de julho de 2011

W3 : WWW

3 pontos pra chegar na casa dela

www
ponto
Ruas Vazias
ponto
Com (versos e conversas)
ponto
Ela!
W3

Enfim o ônibus me liberta do suor de metal e fumaça e desço (ao lado da banca) rumo a 300 e infinito. Inspiro o ar puro com veemência e seguro meu urro de nervosismo antes da batalha que travo dentro de mim. A força da 300, dos 300 de Esparta, só para uma declaração ao fim de tarde. Chego, toco e desfaleço...ela me esperava sem me saber...seu sorriso e seu beijo me enchem de pátria amada, e a pútrida marca da...
Solidão? Insensatez? Nem lembro mais...

Respiro a cidade, as árvores, a vida...e ela... Paixão cartesiana com entre-eixos de Amor e Loucura...

6 de maio de 2011

Confusão entre-linhas

Pedras, dedos, tampinhas, sementes, bolinhas de gude,
Não estruturados no papel-corrente.
Podemos simbolizar na etérea marca do lápis
E a eterna marca da infância cai impressa na gente...
A marca da infância...grafia precoce da vida
Que aos poucos usa a linguagem como via sacra e certeira,
E o barro úmido e virgem que é a nossa essência
Vai perdendo a fluidez, a malemolência faceira...
E passamos a registrar, e registramos, e o registro anti-sentimental
Se torna realidade até que a arte se torna fuga,
E o que era empírico e "sólido" vira sublimação
No pincel, no art-design e na ibérica língua lusa.
E assim vamos matando o alter ego criativo
E engessando a vida em protocolo moroso,
7 minutos pra ser "livre", frente à folha cinza
Que é o verso do texto de algum estudioso.

E assim, quando resolvemos traduzir a frustração
O cesto está tão cheio que as roupas sujas transbordam.
As ideias fogem a galope montadas nas palavras
E somem o nexo, o sentido, as rimas, e até os verbos se vão...

MPA.

14 de janeiro de 2011

Oficinando poesias

Brasília...

A chuva cai lentamente na noite da cidade impossível.
Pára e volta como sonho de criança, imprevisível...
Sonho...é o que define essa polis de curvas retangulares
E deixa a imaginação de quem não a conhece assim...pelos ares.

E a chuva cai bruscamente na noite da cidade, impossível.
Só para alagar as voltas, retornos, tesouras virando mares.
E algumas crianças sem sonho, sem sono, largadas, encharcadas na rua
Se fazem valer de um abrigo enquanto adoecem outras milhares...

Uma Bolha ao Surfe

Pop! estoura no nariz de um senhor que caminhava
E vira sabão e água novamente em pingos irritantes.
Cena corriqueira de um domingo no parque da cidade
Com suas crianças, cachorros, famílias e patos quase mutantes.
E mais uma bolha sobe ao infinito graciosa
Brincando de mudar de cor enquanto baila com a brisa.
E a cena me lembra uma velha jangada num riacho
Que desliza...

Quisera eu ser essa bolha. Livre de peso, de carne, pensamento
E ter somente o dever de ser leve...no vento...

MPA