29 de setembro de 2009

Será?!

Que tal uma poesia feita direto aqui no blog?
Sem rascunho, sem idéia pretensiosa...
Só ouvindo uma música calma e escrevendo
Sobre qualquer coisa...aquela Czarina cheirosa
Ou mesmo sobre uma folha sendo carregada por 4 formigas
Ou aquele sentimento antes de algum encontro
Em que sentimos borboletas na barriga.
Enfim, somente o gosto de escrever sem pensar
Muito, pois senão são tantas coisas a homenagear
Que as palavras atravancam e as idéias fogem a galope
Só com a pequena construção do imaginar.
E já cansado de tentar achar um tema
Pra essa desarticulada poesia
Usarei do clichê da rima fácil e oportuna,
Essa eterna ALEGRIA...

Marcelo P. Albuquerque

hauihahiuahuiah é isso...
feita em 7 minutos...válá!!

27 de setembro de 2009

59ª Postagem

Para Lu Ramires


Você era minha menina, e eu não sabia.
Só por ti eu brigava, quebrava os lápis, chutava as canelas.
Os meninos te xingavam e eu ficava indignado,
As meninas te excluíam e lá ia eu reclamar com elas.
Brincávamos na rua, dividíamos os lanches,
Corríamos da chuva…nossos poucos anos de idade.
Te amava sem condições, só porque sim e pronto.
Tempo juvenil que me marca com saudade.
Hoje, afastados pelo nada, lembro de ti com um sorriso,
Foi isso que você me deixou, felicidade infantil.
Espero não ter te magoado ou te afastado de mim
Meu primeiro e puro amor, dentre tantos outros mil.
Já escrevi tantos poemas para pessoas que passaram
Que me pergunto por que nunca escrevi um para ti…
Mas vejo que é complicado pois é um mar de experiências
E sentimentos profundos fundamentados em si…
Te deixo aqui alguns versos, uma pequena homenagem
Por tudo que passamos, por todas as coisas que olhei.
Muito obrigado pelos dias, pelos ventos quentes no rosto,
Por tudo enfim, primeira pessoa que amei…

Marcelo P. Albuquerque

58ª Postagem

O Quarto de Luz

De todas que já entraram em minha vida

Existem três luzes recentes que brilham com esplendor.

Parecem completar-se em tantos tons e cores

Que todo o resto parece não ter cor.

São três luzes distintas mas unidas,

Uma linda, leve e inefável,

Uma sempre armada com charme e sorriso.

Uma estúpida e porca…e agradável.

A minha própria luz se expande em canto

Quando alguma dessas luzes está por perto.

E se todos estamos juntos, congregados

O quarteto iluminado está completo.

Meu céu hoje é mais claro e mais brilhante

E quando a chuva cai é passageira.

À noite eu agradeço em samba e reza

Por essas três estrelas derradeiras.

É um agradecimento de alma aberta

Por tudo que passamos e passaremos,

Sem vergonha, medo, máscara ou dó

Pois amizade e amor é o que temos.

E assim seguimos na diária luta

Por sermos sempre sinceros e buscamos

Trazer felicidade uns aos outros…

Essas três luzes queridas que eu amo…

Marcelo P. Albuquerque

57ª postagem

Falsa Esperança

Se antes eu soubesse do teu sorriso falso
Não te daria o resto da minha felicidade.
Agora, sem ti, estou sempre em alarde
Pois a tristeza vive em meu encalço.

Maldita a tua presença que me palpita o peito
E nada posso fazer pra mudar tal engodo.
Vivo na ilusão de um dia ser seu todo,
Mas sei que nunca me queres e me perdes a jeito.

Só tu sabes me guardar assim, maligna
E fazer minh’alma parecer digna
De puro escárnio vívido e existencial.

Me sinto agora um palhaço que chora sangue,
Um lobo decapitado em espasmos, langue
Pois, que eu, ninguém é mais sentimental…

= P

Marcelo P. Albuquerque

56ª Postagem

Feita de madrugada…perdido em conversas e imaginações virtuais…sem título ainda...

Vejo sua imagem congelada em preto e branco
E lembro do tom sepia no teu rosto corado…
Tentei, porque o vento quis, ser teu amado
Mas veio dar-me uma rasteira o tempo claro e manco.

E o pesado ponteiro da vida faz seu terrível barulho
Pesado, seco, sem eco e sem perdão divinal.
E ouço somente as horas que morrem no cristo vitral,
No vidro e no cristal enterrados em meu entulho…

…e vejo com os olhos sem foco a formiga que me passa
Nos pêlos do braço esquerdo contra a orgânica pele,
Pequeno ser destemido que às vezes de graça

Recebe a morte distraída por alguém que não a zele,
E nem sabe se reconhece a dor e a incerteza da vida
Mas sabe apreciar o momento do néctar na flor sorvida.


Marcelo P. Albuquerque

Ode ao Rei Lagarto

E vem o calango príncipe do Cerrado
Cuspindo fogo e apagando com sua cauda deixando só as cinzas pelo caminho
Pra talvez alguma fênix ressurgir...não existem espiões, só este, que é o último, o fim de tudo, meu caro amigo. A última borboleta urrará seu grito silencioso de cristal, um urro que voa, flutua como uma barca de cristal...
Somente hoje o príncipe calango retornará ao seu enfadonho serviço de reconstrução da mente humana, queimando bravo o último sobrevivente na chuva ácida de pensamentos tortuosos...
Ele quer pegar carona na estrada do fim da noite, na presença da tempestade e sumir com a família puritana e assassinar a última música do século, e quando a música terminar enfim, ele rastejará pela terra semi-árida e entrará em seu lar pela porta de trás...
Sua família em perigo grita no eco silencioso das esquinas dos corredores que dão de frente a somente uma porta. A porta que liberta o Ego, o mais escondido e nefasto pensamento da mente que vem como o pássaro negro da prece feita às escuras quando ninguém vê seu rosto e toda a máscara gentil se transforma em calango de fogo...o príncipe da seca, que é o único detentor da chave da Porta... Acaba-se tudo enfim...e vem...O fim...


MPA

Dedicado a Jim Morrison (Doors)
o eterno Lizard King.