27 de setembro de 2009

56ª Postagem

Feita de madrugada…perdido em conversas e imaginações virtuais…sem título ainda...

Vejo sua imagem congelada em preto e branco
E lembro do tom sepia no teu rosto corado…
Tentei, porque o vento quis, ser teu amado
Mas veio dar-me uma rasteira o tempo claro e manco.

E o pesado ponteiro da vida faz seu terrível barulho
Pesado, seco, sem eco e sem perdão divinal.
E ouço somente as horas que morrem no cristo vitral,
No vidro e no cristal enterrados em meu entulho…

…e vejo com os olhos sem foco a formiga que me passa
Nos pêlos do braço esquerdo contra a orgânica pele,
Pequeno ser destemido que às vezes de graça

Recebe a morte distraída por alguém que não a zele,
E nem sabe se reconhece a dor e a incerteza da vida
Mas sabe apreciar o momento do néctar na flor sorvida.


Marcelo P. Albuquerque

Nenhum comentário: