16 de dezembro de 2009

Reencontro

Reencontrados novamente o vinho e o pão.
O sumo, a essência do amor em toda história.
As almas em paz e em união
Na humana memória...

Os lábios secos novamente se umedeceram,
E os corpos rijos se amaciaram
E enfim as dúvidas que conheceram
Se calaram.

Ah, só a paixão agora se estabelece,
Fazendo o espírito fluir com leveza.
E todo o sofrimento rancoroso padece
Aos corpos que se amam à mesa.

MPA.

28 de novembro de 2009

O templo do meu Plano é Piloto

Eu descobri meu templo
Na paz dos donos de cachorro,
No abandono dos moradores,
Das ruas vazias de domingo.
Onde as poças d'água dialogam
Com as flores caladas se abrindo.

E em procissão vou caminhando.
No asfalto quente me divirto.
Em passos marcados pelos postes,
Em telhados quebrados,
Em lojas, em lotes.
Eu tiro a coleira do meu espírito.

A causa e o acaso jogam tranqüilos
Um xadrez eterno no meu caminho.
E ao musgo do tronco que me abençoa
Ajoelhado eu reverencio.
Nos becos, nos bares, nos túneis vazios,
A fé me ordena, e eu assovio.

Jorge L. F. Verlindo.

Conheçam Brasília! poema de um brasiliense para essa cidade maravilhosa.
(Prêmio SESC de Poesia Carlos Drummond de Andrade)

27 de novembro de 2009

Chuvinha...

A chuva cai lentamente no meu telhado de zinco,
Um som singelo e constante que leva minha mente a você.
Vagueia o pensamento por todo sentimento que habita
Em meu peito ardente, carente de viver.
Você me trouxe a vida, a beleza e a alegria...
E digo isso sem me importar com o absurdo clichê
Pois é o que sentimos um pelo outro, e a poesia
Nos une como jamais me senti unido a outro ser.

MPA.

22 de novembro de 2009

Seu e minha...

Me sinto no direito e no dever de te cuidar tão bem
Que só por isso sei que te amo a todo instante.
Mas além disso é tanto olhar de espírito cruzado
Que me vejo em teu futuro como marido e amante.
Parece muito precoce todo o meu sentido a ti
Mas só sei que a paixão me pesca em água rasa.
E a tua alma e o teu corpo quando vêm na direção do meu...
Casa!

MPA

17 de novembro de 2009

Quando

Quando será que as coisas vão desandar?
Parece que nunca mais vai acontecer,
Somente sinto que vou amar, e mais amar...
...você...

Espero que nossa história seja longa
E com final feliz de filmes de T.V.
Porque é fato que só quero agora um alguém...
...você...

Só você, pelo resto da vida...
Ontem, hoje, amanhã e depois.
E assim construiremos uma coisa inefável
A dois...

MPA

Meio bestinha...feito agora, direto no rascunho virtual das páginas desse blog...depois faço um mais completo e posto...
bjs!! e bjs especiais!!
; ********

8 de novembro de 2009

Fantasia de Kabuki

Hoje me fantasiei de você
Te vesti como minha pele...
Era um sentimento de pertencimento
Meu carnaval começou e ao que se revele
Eu não sou dos mais alegres da avenida
Porém você trouxe tua boca, tua vida e a tua vinda
Me influenciou a cantar os mais batidos versos de amor...
E agora tudo que era lindo e escuro no meu pensamento
Foi embora com o sopro macio e risonho do vento...

MPA

;********

2 de novembro de 2009

Aiai...

Meu balanço quebrou...
Caiu pro seu lado
Agora só vivo em seu pé amarrado...
Sempre querendo beijinhos na boca
E sempre querendo carinhos à louca
Imagem de estarmos juntos
E assim, quando formos dois defuntos
Nos encontraremos no túmulo pra mexer o esqueleto
Com um rock, um samba ou saudoso hermeto...
Que você tanto ama e conhece como a palma de sua mão
Assim como conhece os caminhos do meu coração...

Marcelo P. Albuquerque

1 de novembro de 2009

29 de outubro de 2009

Aos Quintanares...

Eu sou um homem fechado.
O mundo me tornou egoista e mau.
E a minha poesia é um vício triste, Desesperado e solitário
Que eu faço tudo por abafar.

Mas tu apareceste com a tua boca fresca de madrugada,
Com o teu passo leve,
Com esses teus cabelos...

E o homem taciturno ficou imóvel, sem compreender
[nada, numa alegria atônita...

A súbita, a dolorosa alegria de um espantalho inútil
Aonde viessem pousar os passarinhos.

Mário Quintana

= D

27 de outubro de 2009

Motivos...

Qualquer motivo eu te dou para um beijo;
Uma gota de chuva em uma folha no chão,
Um sorriso torto e sem graça no rosto
Ou um olhar que acelera o coração...

Qualquer motivo eu te dou para o toque;
A brisa que bate e esfria sua pele,
Um tapa que vem de uma brincadeira
A iminência de um beijo em que a gente se atropele...

Qualquer motivo eu te dou para o olhar;
A pequena distância da ponta do nariz,
A média distante dos nossos corpos na sala
Ou a grande distância no sonho feliz...

Qualquer motivo eu te dou para o amor;
A ânsia de te ter por mais um único dia,
O ato embaraçado do teu corpo no meu...
A tua...e a minha...alegria

Marcelo P. Albuquerque

26 de outubro de 2009

A Plena Happiness

Poesia alterada...

Felizes são aqueles que beijam as árvores,
Que sentem o cheiro das flores, que abraçam o céu,
E que nunca pensam no amanhã, nunca pensam...
Fazem do dia seguinte um esplêndido troféu.

Felizes são aqueles que beijam as flores,
Que sentem o cheiro do céu, que abraçam as árvores.
Que crêem em contos de fadas, em mitologias antigas.
E quebrantam no pensamento a fria forma dos mármores.

Felizes são aqueles que beijam o céu,
Que sentem o cheiro das árvores, que abraçam as flores.
Que vivem vertiginosamente cada minuto, cada momento...
E que se entregam rapidamente à magia dos amores...

Feliz...sou eu...

Marcelo P. Albuquerque

Sentidos...

Somente o cheiro da sua boca, o gosto do seu nariz, o olhar dos seus ouvidos e o som dos seus olhos penetra minha alma...
Somente o gosto da sua boca, o cheiro do seu nariz, o seu som nos meus ouvidos e o seu olhar nos meus olhos rouba minha calma...

MPA

17 de outubro de 2009

No Quarto...

Sentado no seu quarto, conhecendo você...
Sinto seu cheiro, sua música, sua essência.
A música ao fundo, da estranha canadense,
Despe o meu ser de toda indecência.

MPA...

6 de outubro de 2009

03:25

(A N.C.)

Três badaladas de sino ao longe.
É madrugada...Somente os ébrios e loucos na rua.
E eu inebriado com a música suave
Recordo o doce toque da língua tua.


Eis que subitamente me arrepia a espinha
E todos os pêlos do meu corpo cansado,
A chuva surge nos acordes sombrios da noite
Quando sinto a respiração de algo ao meu lado...


Temo olhar no escuro pois a alma congela,
O medo primitivo que habita em todo ser...


(Era apenas meu anjo me assoprando conselhos
No ouvido... Dizendo pra bem cuidar de você...)



Marcelo P. Albuquerque

4 de outubro de 2009

Essa Suzana...

Poesia do Nicolas Behr!

Naquela noite
Suzana estava mais
W3 do que nunca
Toda eixosa,
Cheia de L2.
Suzana, vai ser superquadra assim
Lá na minha cama.

29 de setembro de 2009

Será?!

Que tal uma poesia feita direto aqui no blog?
Sem rascunho, sem idéia pretensiosa...
Só ouvindo uma música calma e escrevendo
Sobre qualquer coisa...aquela Czarina cheirosa
Ou mesmo sobre uma folha sendo carregada por 4 formigas
Ou aquele sentimento antes de algum encontro
Em que sentimos borboletas na barriga.
Enfim, somente o gosto de escrever sem pensar
Muito, pois senão são tantas coisas a homenagear
Que as palavras atravancam e as idéias fogem a galope
Só com a pequena construção do imaginar.
E já cansado de tentar achar um tema
Pra essa desarticulada poesia
Usarei do clichê da rima fácil e oportuna,
Essa eterna ALEGRIA...

Marcelo P. Albuquerque

hauihahiuahuiah é isso...
feita em 7 minutos...válá!!

27 de setembro de 2009

59ª Postagem

Para Lu Ramires


Você era minha menina, e eu não sabia.
Só por ti eu brigava, quebrava os lápis, chutava as canelas.
Os meninos te xingavam e eu ficava indignado,
As meninas te excluíam e lá ia eu reclamar com elas.
Brincávamos na rua, dividíamos os lanches,
Corríamos da chuva…nossos poucos anos de idade.
Te amava sem condições, só porque sim e pronto.
Tempo juvenil que me marca com saudade.
Hoje, afastados pelo nada, lembro de ti com um sorriso,
Foi isso que você me deixou, felicidade infantil.
Espero não ter te magoado ou te afastado de mim
Meu primeiro e puro amor, dentre tantos outros mil.
Já escrevi tantos poemas para pessoas que passaram
Que me pergunto por que nunca escrevi um para ti…
Mas vejo que é complicado pois é um mar de experiências
E sentimentos profundos fundamentados em si…
Te deixo aqui alguns versos, uma pequena homenagem
Por tudo que passamos, por todas as coisas que olhei.
Muito obrigado pelos dias, pelos ventos quentes no rosto,
Por tudo enfim, primeira pessoa que amei…

Marcelo P. Albuquerque

58ª Postagem

O Quarto de Luz

De todas que já entraram em minha vida

Existem três luzes recentes que brilham com esplendor.

Parecem completar-se em tantos tons e cores

Que todo o resto parece não ter cor.

São três luzes distintas mas unidas,

Uma linda, leve e inefável,

Uma sempre armada com charme e sorriso.

Uma estúpida e porca…e agradável.

A minha própria luz se expande em canto

Quando alguma dessas luzes está por perto.

E se todos estamos juntos, congregados

O quarteto iluminado está completo.

Meu céu hoje é mais claro e mais brilhante

E quando a chuva cai é passageira.

À noite eu agradeço em samba e reza

Por essas três estrelas derradeiras.

É um agradecimento de alma aberta

Por tudo que passamos e passaremos,

Sem vergonha, medo, máscara ou dó

Pois amizade e amor é o que temos.

E assim seguimos na diária luta

Por sermos sempre sinceros e buscamos

Trazer felicidade uns aos outros…

Essas três luzes queridas que eu amo…

Marcelo P. Albuquerque

57ª postagem

Falsa Esperança

Se antes eu soubesse do teu sorriso falso
Não te daria o resto da minha felicidade.
Agora, sem ti, estou sempre em alarde
Pois a tristeza vive em meu encalço.

Maldita a tua presença que me palpita o peito
E nada posso fazer pra mudar tal engodo.
Vivo na ilusão de um dia ser seu todo,
Mas sei que nunca me queres e me perdes a jeito.

Só tu sabes me guardar assim, maligna
E fazer minh’alma parecer digna
De puro escárnio vívido e existencial.

Me sinto agora um palhaço que chora sangue,
Um lobo decapitado em espasmos, langue
Pois, que eu, ninguém é mais sentimental…

= P

Marcelo P. Albuquerque

56ª Postagem

Feita de madrugada…perdido em conversas e imaginações virtuais…sem título ainda...

Vejo sua imagem congelada em preto e branco
E lembro do tom sepia no teu rosto corado…
Tentei, porque o vento quis, ser teu amado
Mas veio dar-me uma rasteira o tempo claro e manco.

E o pesado ponteiro da vida faz seu terrível barulho
Pesado, seco, sem eco e sem perdão divinal.
E ouço somente as horas que morrem no cristo vitral,
No vidro e no cristal enterrados em meu entulho…

…e vejo com os olhos sem foco a formiga que me passa
Nos pêlos do braço esquerdo contra a orgânica pele,
Pequeno ser destemido que às vezes de graça

Recebe a morte distraída por alguém que não a zele,
E nem sabe se reconhece a dor e a incerteza da vida
Mas sabe apreciar o momento do néctar na flor sorvida.


Marcelo P. Albuquerque

Ode ao Rei Lagarto

E vem o calango príncipe do Cerrado
Cuspindo fogo e apagando com sua cauda deixando só as cinzas pelo caminho
Pra talvez alguma fênix ressurgir...não existem espiões, só este, que é o último, o fim de tudo, meu caro amigo. A última borboleta urrará seu grito silencioso de cristal, um urro que voa, flutua como uma barca de cristal...
Somente hoje o príncipe calango retornará ao seu enfadonho serviço de reconstrução da mente humana, queimando bravo o último sobrevivente na chuva ácida de pensamentos tortuosos...
Ele quer pegar carona na estrada do fim da noite, na presença da tempestade e sumir com a família puritana e assassinar a última música do século, e quando a música terminar enfim, ele rastejará pela terra semi-árida e entrará em seu lar pela porta de trás...
Sua família em perigo grita no eco silencioso das esquinas dos corredores que dão de frente a somente uma porta. A porta que liberta o Ego, o mais escondido e nefasto pensamento da mente que vem como o pássaro negro da prece feita às escuras quando ninguém vê seu rosto e toda a máscara gentil se transforma em calango de fogo...o príncipe da seca, que é o único detentor da chave da Porta... Acaba-se tudo enfim...e vem...O fim...


MPA

Dedicado a Jim Morrison (Doors)
o eterno Lizard King.