30 de junho de 2006

51ª Postagem

Amor Proibido

Queria ao menos que soubesses o que sinto,
Que soubesses de sua parte presente em mim.
Por mais que não mudasse algo em ti, assim
Ao menos não mentiria pra minh’alma como minto.

Se ao menos tivesses dessa angústia a consciência,
Já sentiria um alívio em minha alma torta.
Pobre alma sofrida, tantas vezes morta
Pelo silêncio rompido dessa antiga inocência.

Eu, ser virgem de orgulho e de rancor,
Vivo esperando que um dia notes este amor
Que tanto já suspirou por um simples olhar teu.

E agora, neste momento, lembro teu doce perfume
E me entristeço amargamente com todo o azedume
Que flui do pensamento à lágrima deste plebeu.


...arisca vida seca que não sente pena d’eu...


Marcelo P. Albuquerque

16 de junho de 2006

50ª Postagem

nova...

Apenas vivo, assim, como homem de vidro,
Transluzindo olhares num infinito vão.
Invisível ser envelhecendo em corpo são
Como da mais bela árvore um ramo decíduo.

Tento não me importar com a falta de percepção
Das outras pesoas, como se não houvesse tido
Tempo para repararem em meu corpo, meu tecido
Quase incoloar pelo tempo que me tomou em sua mão.

E mesmo tentando não me importar com tal fato
Não consigo esconder de mim e dos outros o ato
Do pranto desesperado por todo meu desamor...

De mim esvaiu-se, com o vento das almas contentes,
A esperança. E sigo em horas deiscentes
Poetizando a tristeza e a beleza encontrada na dor.

Marcelo P. Albuquerque