3 de junho de 2014

Cor de Vinho Quando Foge

O vinho quase negro que consumia
Me levou à loucura , um êxtase febril.
E a leveza que vinha de mim em torrentes
Esvaiu-se no cotidiano vil.
Ainda olho teu semblante sereno
Na memória rígida do consciente
E somente despedaço o peito
Em lembranças singelas d'águardente.
Não nego que a calmaria matou
Nosso ímpeto de seguir adiante ao amanhã.
O vento não sopra mais em nossa vela
E estacionou minha poesia sã.
Mas saiba que a marca cor de vinho
Sempre estará cravada, bordada em meu ser.
E se um dia lembrares de mim
Torço pra que não seja só um capítulo do teu sofrer.