6 de maio de 2011

Confusão entre-linhas

Pedras, dedos, tampinhas, sementes, bolinhas de gude,
Não estruturados no papel-corrente.
Podemos simbolizar na etérea marca do lápis
E a eterna marca da infância cai impressa na gente...
A marca da infância...grafia precoce da vida
Que aos poucos usa a linguagem como via sacra e certeira,
E o barro úmido e virgem que é a nossa essência
Vai perdendo a fluidez, a malemolência faceira...
E passamos a registrar, e registramos, e o registro anti-sentimental
Se torna realidade até que a arte se torna fuga,
E o que era empírico e "sólido" vira sublimação
No pincel, no art-design e na ibérica língua lusa.
E assim vamos matando o alter ego criativo
E engessando a vida em protocolo moroso,
7 minutos pra ser "livre", frente à folha cinza
Que é o verso do texto de algum estudioso.

E assim, quando resolvemos traduzir a frustração
O cesto está tão cheio que as roupas sujas transbordam.
As ideias fogem a galope montadas nas palavras
E somem o nexo, o sentido, as rimas, e até os verbos se vão...

MPA.

3 comentários:

Bárbara Cabral disse...

encontrei seu blog por acaso
não acredito em tradução. nem de palavras, menos ainda de sentimento.
enfim, nem a linguistica conseguiu traduzir.. quem somos né? mas tentar é válido, dai podem sair poesias boas como essa.

Bárbara

Mayara Borges disse...

Adorei seu blog, seus textos e sua visita! Como vai a vida coleguinha? Beijos.

Kriss Marques disse...

Espero que o Foo Fighters possa lhe oferecer mais do que 7 minutos livres ;)

Bjs da Madre :p